quinta-feira, 16 de novembro de 2017

“VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA” OU “LA EM COLOMBO” ?

“Vou-me embora pra Pasárgada”
Ou
“La em Colombo” ?

A harmoniosa influência de Manoel Bandeira na poesia de Adriano Sales:

(Por Nívea Petribu - Poetisa e Escritora)

            Assim como na Pasárgada de Manoel Bandeira, o Engenho Colombo de Adriano Sales caminha para o arcadismo, a fuga era em direção ao bucólico e rural. Em uma época de adensamento urbano, o campo era visto como forma de inspiração e pureza.
            O ato de caminhar poeticamente movendo-as dos lugares comuns. A poesia é construída com redondilhas, da mesma forma que os poemas árcades, porém a fuga é para uma cidade tecnológica. Como visto nos versos 
            Pasárgada era uma cidade persa e também foi capital do Primeiro Império Persa, cuja construção iniciou-se pelo imperador Ciro II. Como o próprio poeta explicou, a imagem dessa cidade ficou em sua cabeça desde a adolescência até a composição do poema.
            Uma das figuras mais marcantes nesse poema é o escapismo. Elemento comum na literatura, teve forte influência na produção do romantismo e do arcadismo. Para os românticos, o escapismo era uma forma de aliviar a dor do amor não correspondido, procurando refúgio em lugares distantes ou na morte.
            O Engenho Colombo, no poema de Adriano Sales permeia para a mesma condição, subtraindo apenas o refúgio de morte. Talvez esse tenha sido um cuidado ‘inconsciente’ do autor, para dar sua pitada pessoal e especial ao tempero poético. Colombo traz o sonho da renovação do dia na bela rotina de um pacato lugar de tranquilidade, quando depois de toda narrativa do cotidiano o autor se vê novamente reiniciando o poema próximo ao ponto final, quando fala: “Novamente me deito na beira da touceira, Mais um dia começa em Colombo”.

LÁ EM COLOMBO

Quero ir a Colombo,
Lembrar o tempo de pequeno
Novamente deitar na beira da touceira
Olhar os carros passarem na pista
Chamar Ana para brincar
Ver os meninos de cima da barreira
Sentir cheiro de comida caseira
Subir no pé de goiaba
Ao lado da ribanceira

Quero ir a Colombo
Pegar araçá na roça
O povo passa me olhando
Vó me chama pra comer
Volto a correr no campo
Porteira abre e se fecha
Meninas se mostram faceiras
Ao som das cigarras
No final da tarde

Quero ir a Colombo
Ver o crepúsculo elegante
Cheiro de café pisado no pilão
Pão assado na brasa
Aroma de cuscuz no ar
Depois de comer, ouvir vô no terraço
Com suas estórias pra contar

Quero ir a Colombo
Acordar ao grito do galo
E abrir a porta de manhãzinha
Sentir o orvalho e o sereno
Gotas d’água nas folhas
Brisa fria ao som das vacas
Povo vai trabalhar
Cheiro de café pisado no pilão
Lenha acesa no fogão
Salame do grosso pendurado na cozinha
Vó me chama para comer
Bíblia na mesa
Primos passando
Novamente me deito na beira da touceira
Mais um dia começa em Colombo.

(Adriano Sales – 2001 – Livro: “Eu – Poesias em Vias – Publicado em 2015, Edições Rascunho. @adrianosalespoeta )



quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Projeto "À mesa com Ascenso Ferreira: um banquete poético cultura"

Um projeto que vai dar o que comer na literatura pernambucana

Você gosta de tapioca? Buchada? Sarapatel? Canjica? Feijão de corda com charque? Tripa frita e macaxeira molinha?
E se tudo isso vier em poesia?
Dá para comer na noite e no dia!

Vai ser bom ter mais um acervo de poeta pernambucano, será então uma ferramenta de ensino nas escolas? Mas é claro que sim!


                O trabalho a professora e pesquisadora Rô Gonzaga, que transforma seu projeto de pesquisa em um “dueto poderoso”, será de grande utilidade como ferramenta na área de estudos da literatura e gastronomia pernambucana. O projeto consiste na produção de um website com receitas da cozinha pernambucana, citadas pelo poeta Ascenso Ferreira em suas poesias, bem como na produção de um documentário curta-metragem, que será veiculado neste site e em eventos programados para a divulgação do projeto.
                Tivemos a honra de receber a professora e pesquisadora junto com sua equipe na cidade de Palmares, durante o mês de outubro para realização de filmagens de alguns trechos do documentário.
                Desejamos para toda equipe um grande sucesso e compartilhamos da mesma satisfação em fazer parte do projeto.



# ÀmesacomAscensoFerreira

sábado, 7 de outubro de 2017

O MINGAU DE CACHORRO Recifense

Pelas ruas do Recife, indo para XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, encontrei uma simpática senhora vendendo alguma coisa que era servida em um copo descartável. Curioso me aproximei e o cheiro estava muito bom, perguntei o que era: ela respondeu “Mingau de Cachorro”.
Tomei 2 copos. Subiu um calor dos pés até a cabeça, fiquei cheio de energia e pelos sintomas estou ligeiramente desconfiado que o tal mingau é afrodisíaco.

E assim fui para a #bienalpe


terça-feira, 3 de outubro de 2017

‘O REGOZIJO E A VEEMÊNCIA’ na XI – BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE PERNAMBUCO

Na segunda-feira dia 09 de outubro (2017) às 14h, na PLATAFORMA DE LANÇAMENTOS da XI – BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE PERNAMBUCO, estaremos realizando mais um lançamento do livro ‘O REGOZIJO E A VEEMÊNCIA’.

A obra consistem em uma combinação de psicanálise e literatura permeando pelos gêneros de romance, conto, poesia e gastronomia. Esses cinco pilares tornam a leitura atraente e gostosa a cada página. Regozijadamente, a gastronomia se interliga com a poesia, dando origem a um romance onde é narrado através de um conto com diálogos, que remetem à psicanálise de forma bastante veemente. #bienalpe



terça-feira, 22 de agosto de 2017

O Poder da Mão-de-Vaca

Você compra o mocotó já fatiado no açougue, compra também o bucho já tratado e cortadinho e higienizado.

Antes de levar pra panela de pressão, você lava com vinagre, deixa descansar por meia hora numa solução de água com limão.

Joga fora a água e coloca tudo na panela de pressão.

Temperos:

Alho
Colorau
Cominho.
Agua (até cobrir todo o conteúdo)

Depois que a panela pegar pressão deixar cozinhar por 30 minutos.

O Resultado foi esse: 


Detalhe: Não usei nada de verduras ou ervas.

sábado, 12 de agosto de 2017

OVOS APIMENTADOS

A foto NÃO FICOU muito boa, mas tudo bem...
Vamos lá:
Eu resolvi experimentar essa ideia e ficou muito boa.
Utilizei a pimenta “biquinho” pois ela não arde muito e ainda dá um sabor especial.

MODO DE PREPARO:

1-Fritei a pimenta na manteiga pré-aquecida, adicionando alho e cebola picada (a gosto)
2-Adicionei os ovos, sal e para dar um certo “charme” mas também um sabor legal, joguei por cima (durante a fritura) coentro e cebolinha bem picados.
Aí está o resultado...
Posso lhes afirmar que ficou muito saboroso.
Bom apetite.


sábado, 17 de junho de 2017

O Poder o coelho frito

Desta vez foi a vez de comer coelho na casa da minha amiga Cristina.

Depois de lavar bem a carne do coelho com água quente para dar consistência à carne e tirar toda baba foi a hora de temperar...
Antes disso é importante uma coisa, corta no estilo à passarinho, para que possa fritar melhor e ocupar menos espaço na panela.

Vamos aos temperos para o coelho:

Alho
Sal
Cominho

(tudo a gosto)

Eu passei no liquidificador com óleo e um pouco de água. Tudo a carne ficou no tempero por 3 horas. Para pegar bem.

Depois foi só fritar no óleo quente.

PARA A COMPANHAR...

Macarrão ao molho pesto com queijo de ricota
Arroz refolgado
Torradas com ervas e azeite  (a receita desses dois nem preciso passar porque cada um faz do seu jeito)